sexta-feira, 17 de maio de 2013

O encontro do dia e da noite


Rezava a lenda que a noite seria fria para sempre. Fria, sozinha, sem lua, sem luz. A Noite brincava escondida, sentia falta de companhia, chorava pelos cantos e ouvia os contos que contavam as estrelas. Eram noites nubladas, chuvosas, chorosas. 
Se por um Lado a noite era fria, quente era o dia. Caloroso, iluminado, com cheiro de verão. O sol brilhava e iluminava as faces e os corações assustados com a noite.
O dia passava despercebido pela noite e a noite pelo dia. Até que se percebeu a falta que qualquer um fazia quando anoitecia mais tarde ou o sol raiava mais cedo. Éque ficou perceptível a dualidade noite e dia, como um compõe o outro, como um reflete no outro, como a noite fria pode manter a necessidade de se ter o fogo de uma paixão aceso e como o dia ilumina as ideias e os ideais de quem vive de uma paixão. 
Engraçado como a gente percebe que certas coisas que a gente sequer sabia que existiam nos faziam falta quando a gente descobre elas. Thank you for the sun :) 

domingo, 4 de dezembro de 2011

“Conheci que Madalena era boa em demasia, mas não conheci tudo de uma vez. Ela revelou pouco a pouco, e nunca se revelou inteiramente. A culpa foi minha, ou antes a culpa foi desta vida agreste, que me deu uma alma agreste. E falando assim, compreendo que perco o tempo. Com efeito, se me escapa o retrato moral de minha mulher, para que serve esta narrativa? Para nada, mas sou forçado a escrever. Quando os grilos cantam, sento-me aqui à mesa da sala de jantar, bebo café, acendo o cachimbo. Às vezes as idéias não vêm, ou vêm muito numerosas- e a folha permanece meio escrita, como estava na véspera. Releio algumas linhas, que me desagradam. Não vale a pena tentar corrigi-las. Afasto o papel. Emoções indefiníveis me agitam – inquietação terrível, desejo doido de voltar, de tagarelar novamente com Madalena, como fazíamos todos os dias, a esta hora. Saudade? Não, não é isto: é desespero, raiva, um peso enorme no coração. Procuro recordar o que dizíamos. Impossível. As minhas palavras eram apenas palavras, reprodução imperfeita de fatos exteriores, e as dela tinham alguma coisa que não consigo exprimir. Para senti-las melhor, eu apagava as luzes, deixava que a sombra nos envolvesse até ficarmos dois vultos indistintos na escuridão.”

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Todas as paixões tem um momento que são meramente funestas, em que levam para baixo sua vítima com o peso da estupidez [...]. Aniquilar as paixões e os desejos apenas para evitar a estupidez e as desagradáveis consequências de sua estupidez, isso nos parece, hoje, uma forma aguda de estupidez.
C'est vrai, Nietzsche!

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Esse sentimento que vem e vai, que bate à porta e depois bate a porta sem nenhuma explicação. Quem poderia prever, afinal de contas? Que tudo tem começo, meio e fim. E que fim..

sábado, 9 de julho de 2011

E tem coisa melhor do que a conquista? O nervoso do prineiro encontro, o frio na barriga no primeiro beijo, o "ir embora sem olhar para trás" (esse é o mais difícil!!), as noites mal dormidas e os dias que não parecem passar pra chegar aquele momento, ah!!!, o momento em que você verá a pessoa e começa o nervoso do segundo encontro, passando por todas as fases do quesito nervosismo.. O coração bate forte, a mão treme, os olhos brilham. Então os lábios se encostam, as bocas se beijam e os olhos se fecham.. As mãos ficam dadas, os colos se encontram, o calor se espalha. E a conquista vai virando sentimento, e você tem que descobrir o que vem depois da conquista.. Quando eu descobrir, eu conto pra vocês como é o sentimento. Agora, depois do décimo oitavo encontro, ainda sinto o frio na barriga como se fosse o primeiro! Que delícia esse frio da conquista!!

domingo, 20 de março de 2011

Achei isso no meu caderno, que é de algum livro que eu estudei ano passado e fiz questão de copiar:

Lembrei-lhe o caso de uma moça que encontraram afogada havia algum tempo e contei sua história. Era uma boa criatura, toda entregue as suas ocupações domésticas, trabalhando a semana inteira, sem outro prazer além de se enfeitar aos domingos, com os poucos trapos que ia arranjando a custo e ir passear com as companhias pelos arrabaldes a cidade ou dançar, quando em vez, nas festas jubilares, além de passar as horas de folga conversando, com toda a veemência e o mais cordial interesse, a propósito de uma rusga ou de uma discussão com a vizinha... Eis que com o tempo essa natureza fogosa começa a sentir necessidades mais íntimas, que crescem com os galanteios dos homens.. Todas as suas alegrias de antes tornam-se pouco insípidas, até que enfim ela encontra um homem, para o qual um desconhecido sentimento a arrasta irremediavelmente, no qual funda todas as suas esperanças, pelo qual esquece o mundo que a rodeia. Ela.nada escuta, nada vê, nada sente a não ser ele, o único, e só por ele, o único a que anseia. Como não está corrompida pelos prazeres frívolos da vaidade e dos galanteios, os seus desejos vão direto ao alvo, quer ser sua, quer gozar em eterna união toda a felicidade que lhe falta, os prazeres a que aspira. Promessas repetidas que selam a certeza de todas suas esperanças, carinhos temerários que lhe aumentam os desejos, apoderam-se de toda a sua alma. Ela está suspensa em surda consciência, no antegozo de todos os prazeres subiu ao cume, e estende enfim os braços para cingir todos os seus desejos... e o seu amante a abandona. Ei-la em transe, privada dos sentidos, à beira do abismo, tudo é escuridão à sua volta, nenhuma perspectiva, nenhum consolo, nenhum vislumbre de esperança, porque a abandonou o único por quem e em quem ela sentia viver! Não vê o vasto mundo que diante dela se estende, e o número daqueles que poderiam substituir a perda que sofreu. Ela sente-se sozinha, abandonada por todos... e cega, oprimida pelo horrível aperto de seu coração arroja-se ao abismo para sufocar todos os seus tormentos na morte que tudo abarca..
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sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Tanto a dizer e as palavras me fogem todas as vezes que eu tento organizá-las. O que acontece com elas? Elas tem medo? Ou sou eu quem tem? Medo de que? Medo de amar? Tantas perguntas e nenhuma resposta que possa ser escrita em palavras! Quando você vai entender que a resposta é você? E quando eu vou aceitar o mesmo?

sábado, 15 de janeiro de 2011

Tem dias que eu sofro, tem dias que eu rio de ter sofrido, tem dias que eu não ligo. Tem dias que te amo, tem dias que te detesto, tem dias que você não me vem à cabeça. Tem dias que as coisas vão bem, outros nem tanto, outros tantos nem lembro. Tem coisas que eu faço que te conquistam, tem coisas que eu faço que te enojam, tem coisas que eu não faço pra você. Tenho meus olhares extasiados, meus olhares raivosos, meus olhares calmos (de alguma forma, você conhece todos..). E no fim do dia tudo se resume em "Tenho fases como a lua, fases de ser sozinha, e fases de ser só sua"..

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Amor

As vezes me deixa feliz
Outras tantas confusa
Ora demasiada estranha
Ora não tenho palavras pra explicar..
Amor,
Pare de partir meu coração assim
Eu sou só mais uma em um milhão
E tantas vezes tivera um coração partido!
Que vergonha, amor..
Suas flechas sempre me acertam em cheio
E ainda com todo o desvio do universo,
Elas atingem meu já machucado peito
Tantas meninas virando mulheres
E de alguma forma,
Parece que eu sou a única afetada pela esperança do amor eterno
À procura de sinais que me façam te esquecer
Pelo simples prazer de fazer as pazes
E fazer durar pra sempre..
Amor,
Procure outras vítimas pra machucar,
O meu estoque de curativos
E de terapias de chocolate
Acabou,
Assim como minha paciência para com você..
A vida é feita para ser vivida
Com alegria
E nem sempre é preciso companhia
Portanto,
Uma vez na vida,
Você poderia ser um juiz pacificador dos meus sentimentos
Ou quiçá clemente
E deixar eu ficar bem sozinha?

sábado, 11 de dezembro de 2010

Twice as much ain't twice as good and cant sustain like one half could...
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